Palavras-chave
Gravidez
Puérperas
Plantas medicinais
Efeitos tóxicos
Resumo
Introdução: A gravidez e o período puerpério são processos complexos que exigem cuidados, especialmente em relação ao uso de medicamentos e plantas medicinais. Embora o uso de plantas seja uma prática antiga e comum, acredita-se que os tratamentos naturais são sempre seguros, entretanto, as pesquisas científicas têm revelado os riscos associados a essas práticas, especialmente para estes grupos vulneráveis. Objetivos: Avaliar o uso e o conhecimento sobre a toxicidade de plantas medicinais por gestantes e puérperas em acompanhamento em atenção primária e terciária de saúde. Metodologia: Foi realizado um estudo transversal, por meio de questionário, para gestantes e puérperas usuárias de Unidades Básicas de Saúde e do Hospital Universitário Materno Infantil, com enfoque em estabelecer o uso e a frequência de plantas medicinais. Resultados: O número de participantes do estudo, as quais fizeram uso ou não de plantas medicinais, foi de n=101 (38 gestantes e 63 puérperas), observou-se que a faixa etária das participantes variou entre 18 e 43 anos, onde 85,15% das gestantes e puérperas utilizam ou utilizaram plantas medicinais. Em 91,09% dos casos, não houve o acompanhamento de um profissional da saúde, tanto médicos quanto farmacêuticos ou outros, desde a prescrição até a forma de uso e os possíveis efeitos adversos, e 36,05% das participantes não conhecem os riscos do uso incorreto e indiscriminado. Efeitos adversos foram relatados por 12,79% das usuárias de plantas medicinais, dos quais 27,27% demandaram atendimento em serviços de saúde. Conclusão: Observa-se a relevância da atuação de uma equipe multiprofissional no acompanhamento de gestantes e seus familiares, considerando-se a necessidade de integração entre o conhecimento científico – com evidências dos efeitos benéficos e adversos – e o saber popular. Tal abordagem é fundamental para subsidiar decisões informadas quanto ao uso de plantas medicinais durante a gestação e o puerpério.