SÍFILIS CONGÊNITA NO ESTADO DA PARAÍBA: ANÁLISE DE TENDÊNCIA TEMPORAL E FATORES ASSOCIADOS

Resumo

Introdução: A sífilis congênita é um grave problema de saúde pública no mundo, estando associada ao nível socioeconômico da população. Objetivo: Avaliar as taxas de incidência e de mortalidade por sífilis congênita e a relação com indicadores socioeconômicos e de saúde. Metodologia: Estudo ecológico e de série temporal realizado no Estado da Paraíba entre 2013 e 2022. A população foi composta pelos casos e óbitos por sífilis congênita ocorridos na Paraíba e estratificados entre as 3 (três) macrorregiões de Saúde do Estado. Os indicadores socioeconômicos e de saúde foram processados e analisados através dos softwares Microsoft Excel 2016 e Stata 12, e as associações entre morbimortalidade por sífilis congênita e as variáveis independentes analisadas por meio do Coeficiente de Correlação de Spearman, com nível de significância de 5%. Resultados: Houve uma tendência crescente da taxa de incidência da sífilis congênita na Paraíba até 2020, indo de 3,4 para 7,6 casos por 1.000 NV entre 2013 e 2022. Para as variáveis estatisticamente significativas, essa ocorrência foi maior nos locais em que os indicadores socioeconômicos são melhores e menor onde há uma maior cobertura dos indicadores de saúde. Todos os óbitos por sífilis congênita ocorreram na primeira macrorregião. Além disso, a macrorregião 01 foi a única que apresentou indicadores com significância estatística, influenciando no resultado da análise do estado como um todo. Conclusão: A pandemia de Covid-19 pode ter sido a causa da diminuição dos casos a partir de 2020, além disso, a subnotificação é um fator determinante para que locais com melhores condições socioeconômicas apresentem maiores incidências. Evidencia-se a importância do investimento na saúde e no atendimento de qualidade, pois contribui para a diminuição dos casos.