Resumo
Introdução: Descrever o perfil clínico e epidemiológico dos casos de pessoas vivendo com HIV (PVHIV) com diagnóstico de meningite criptocócica, confirmados laboratorialmente e tratados com as formulações lipídicas ou convencional de Anfotericina B (AmB), na fase de indução, atendidos no Hospital Referência em Infectologia e no Laboratório de Saúde Pública, em Goiás, no período de 2018 a 2022. Metodologia: Estudo transversal retrospectivo realizado a partir de dados secundários do Hospital Referência em Infectologia e do Laboratório de Saúde Pública. Resultados: Do total de pacientes notificados, 78 foram elegíveis para o estudo. Houve predominância do sexo masculino, da raça parda e a média de idade foi de 36,1 anos, sem associação significativa ao ano investigado (p>0,05). A maioria (73,1%) possuía diagnóstico de HIV recente (<1 ano). A contagem de células CD4+ variou de 1 a 519 células/mm3 e a carga viral de não detectável a 4.269.798 cópias/mL. Quanto às espécies isoladas e identificadas na cultura, 81,5% eram C. neoformans. Em relação ao tratamento da fase de indução, 89,7% dos casos utilizaram d-AmB e 10,3% utilizaram d-AmB associada às formulações lipídicas. Nefrotoxicidade (p<0,05) e hipomagnesemia (p=0,002) foram associadas significativamente ao tratamento com d-AmB. Conclusão: Formulações lipídicas de AmB representam avanço significativo na terapia desta infecção fúngica potencialmente letal, principalmente em pacientes imunodeprimidos, como as PVHIV.
