Resumo
Introdução: A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) caracteriza-se como uma doença infectocontagiosa causada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e surgiu como uma epidemia no final da década de 1970, tornando-se um dos mais graves problemas da saúde pública no mundo. A AIDS é definida mediante o aparecimento de infecções oportunistas e neoplasias. Objetivo: Descrever as características clínicas e epidemiológicas das infecções oportunistas em pacientes HIV/AIDS internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto de um Hospital Referência em Infectologia de Goiás no período de 1° de janeiro a 31 de dezembro de 2022. Metodologia: Estudo epidemiológico e transversal, com abordagem quantitativa, realizado a partir de dados secundários, cujo critério de inclusão foi pacientes HIV/AIDS com diagnóstico clínico e/ou laboratorial confirmado de infecção oportunista. Resultados: No período do estudo, 68 pacientes foram elegíveis, sendo a maioria do sexo masculino (72,1%), da faixa etária entre 25 e 44 anos (70,5%), da raça parda (95,6%), solteiro (82,4%) e com ensino fundamental incompleto (38,2%). O óbito associou-se significativamente com o tempo de internação, contagem de LT-CD4+ <200 céls/mm³, carga viral >100 mil cópias/ml e falta de adesão à terapia antirretroviral. Os sintomas mais prevalentes foram astenia (61,8%), caquexia (54,4%) e febre (51,5%). Doença citomegálica (82,4%) foi mais frequente, seguida por toxoplasmose (51,5 %) e candidíase (42,6 %). Conclusão: Destacam-se o diagnóstico tardio e a alta letalidade, apesar dos avanços e conquistas das políticas públicas voltadas às pessoas que vivem com HIV, como os serviços de testagem e aconselhamento, que garantem o acesso da população ao diagnóstico precoce e ao tratamento antirretroviral.