Resumo
Introdução: O trabalho é um importante determinante de saúde e está atrelado a formas específicas de adoecimento. Na enfermagem, o trabalho se apresenta permeado de desafios, em especial pela pandemia de Covid-19, que provocou danos à saúde mental. Objetivo: Avaliar o estilo de vida, ansiedade e suscetibilidade à síndrome de burnout em enfermeiros que atuaram na linha de frente no combate à pandemia de Covid-19. Método: Estudo descritivo-analítico, quantitativo e transversal. Foram coletadas informações sociodemográficas, de ansiedade, susceptibilidade à síndrome de burnout e de estilo de vida, nos meses de agosto e setembro de 2021. Resultados: Verificou-se que os enfermeiros estão vulneráveis ao adoecimento pelo burnout, onde 19% e 81% se apresentam com risco médio e alto para esse agravo. Quanto à ansiedade, 56% se apresentaram com ansiedade leve, 25% moderada e 19% severa. Já o estilo de vida se mostrou insatisfatório, especialmente nos quesitos atividade física, alimentação, autoimagem, finanças e sono restaurador. Na análise de redes foi verificado associações fortes e positivas entre estilo de vida e exaustão emocional (0.6), exaustão emocional e cinismo (0.7) e relação positiva e fraca entre cinismo e eficácia no trabalho (0.4). O local de trabalho se associou negativamente com a eficácia no trabalho (-0.5). Nota-se que os enfermeiros estão em processo de adoecimento mental, visto os níveis significativos de ansiedade, bem como se exaurindo emocionalmente a fim de manter uma boa eficácia no trabalho. O estilo de vida é afetado pela ansiedade, burnout e local de trabalho. Conclusão: Sugere-se que ações de promoção da saúde sejam pensadas a fim de mitigar os efeitos da pandemia na saúde mental dos profissionais enfermeiros.