Resumo
Introdução: O trauma é uma lesão gerada por uma ação externa ao corpo e frequentemente gera a necessidade de internação do sujeito na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), que é um ambiente que possui características que tendem a gerar alterações psicoemocionais nos pacientes e em seus familiares. A família faz parte do ambiente intensivo, contudo comumente ainda é desconsiderada nos planos de cuidados pelos profissionais de saúde. Objetivos: A presente pesquisa tem como objetivo compreender como a família do paciente vítima de trauma vivencia a internação deste na UTI em um hospital de urgência e os aspectos emocionais relacionados. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa qualitativa, utilizando-se de amostragem não probabilística, em que foram entrevistados quinze familiares de pacientes vítimas de trauma internados em UTI de um hospital de urgências. Os dados obtidos foram analisados por meio da técnica de análise de conteúdo. Resultados: Os resultados foram agrupados em categorias e apontaram que a UTI se apresenta em um discurso marcado pela ambivalência entre o medo da morte e na esperança pela chance de viver e é vivenciada com medo, ansiedade, angústia e esperança pelos familiares. Conclusões: A família deve ser vista como paciente secundário e ser incluída no foco de cuidado. A postura acolhedora da equipe multiprofissional e a segurança na assistência ao paciente possibilita que os familiares percebam a UTI sob uma nova interface relacionada ao cuidado. Discutir esse tema é importante para que a equipe compreenda melhor a experiência da família, resultando em uma melhor assistência aos familiares.