Resumo
Introdução: A dengue é uma arbovirose urbana de rápida propagação e de grande importância em saúde pública, trazendo inúmeras consequências maternas como alterações plaquetárias, distúrbios hepáticos e complicações neonatais, incluindo prematuridade e baixo índice de Apgar. Objetivo: Analisar os desfechos perinatais relacionados à dengue na gestação. Metodologia: Estudo transversal com análise quantitativa de gestantes confirmadas para dengue grave ou dengue com sinais de alarme admitidas para acompanhamento e resolução do parto em uma maternidade de alto risco na região central do Brasil, no período de janeiro de 2019 a dezembro de 2022. Utilizou-se o banco de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e prontuários eletrônicos, resultando em 109 prontuários elegíveis. Os dados foram analisados pelo programa software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 22.0. Aplicou-se o teste do X² ou teste Exato de Fisher, sendo consideradas estatisticamente as diferenças em que p<0,05, operou-se a medida de efeito Razão de Prevalência (RP). Resultados: Considerou-se como variável desfecho “alterações plaquetárias’’, presente em 62,4% da amostra, associando-se às variáveis “escolaridade” (p=0,051; RP:2,03), “alteração de enzimas hepáticas” (p=0,004; RP:2,04) e “Apgar 5º minuto” (p=0,054; RP:2,26). Conclusão: A ocorrência de infecção pelo vírus da dengue no período gestacional pode ser considerada um fator de risco para a saúde do binômio mãe e filho. As mulheres infectadas com o vírus da dengue na gestação apresentam menor escolaridade, e maior probabilidade para alterações hepáticas e de terem recém-nascidos com baixo índice de Apgar. É essencial o diagnóstico precoce, o manejo adequado e a prevenção de morbimortalidade.