Resumo
Introdução: Este artigo aborda a cultura organizacional em dois hospitais públicos com distintos modelos de gestão. Objetivo: compreender a cultura resultante em cada instituição e auxiliar gestores e profissionais de saúde a identificar as forças e fragilidades, aprimorando os resultados assistenciais. Método: Estudo transversal comparativo entre hospitais públicos um de gestão direta (GD) e outro administrado por Organização Social (OS) na região Centro-Oeste do Brasil, com amostragem intencional e não probabilística. Utilizou-se o Instrumento Brasileiro de Avaliação da Cultura Organizacional (IBACO) para analisar valores e práticas organizacionais, que foi respondido por 363 participantes. Análise estatística inclui média, desvio padrão e proporções. Resultados: Tanto o modelo de gestão por OS quanto o modelo de GD destacaram a cooperação no ambiente de trabalho como o valor cultural mais proeminente (3,3 e 2,6 pontos, respectivamente). Em seguida, foi observada a rigidez na estrutura hierárquica de poder (2,8 e 2,6, respectivamente). Quanto aos comportamentos visíveis, a prática de integração externa (3,5 e 2,7, respectivamente) foi a mais percebida. Assim, o profissionalismo cooperativo emerge como um valor compartilhado em ambos os contextos organizacionais. Entretanto, há nuances nas práticas e valores identificados, delineando disparidades. Conclusão: no hospital gerido por OS, a adoção de práticas de integração externa é mediada pela presença de uma estrutura hierárquica mais rígida. Já no hospital de GD, a ênfase na integração externa se dá pela centralidade no cliente, revelando uma propensão para uma maior adaptabilidade organizacional.